Porém eu disse: Um homem como eu fugiria? E quem há, como eu, que entre no templo para que viva? De maneira nenhuma entrarei. Neemias 6:11
No contexto deste versículo, do livro de Neemias, esse homem valoroso poderia fracassar seriamente caso ele não soubesse entender perfeitamente a sua dignidade e as suas prerrogativas. Neemias era governador da província, mas não era sacerdote. Um governador não se esconde ou foge na hora do perigo, e alguém que não era sacerdote não poderia entrar no templo, por um motivo que não fosse os encargos do altar. Neemias se salvou por saber quem ele era. Será que cada um de nós sabemos quem somos?
Parece trivial a ideia de que precisamos saber quem somos. Imaginamos que sabemos muito bem quem somos, mais isso nem sempre é verdade, quase sempre nos surpreendemos com nossa própria reação diante de uma situação nova; em vários momentos nos subestimamos ou nos superestimamos. Isso quase sempre traz consequências, algumas delas muito sérias.
Precisamos saber quem somos sobre dois aspectos diferentes:
- Primeiro; precisamos ter autoconhecimento. Autoconhecimento é nos conhecer por dentro. Este conhecimento nos leva a compreender sobre a nossa essência interior: do que somos capazes; nossas virtudes e defeitos; nossos pontos fortes e os pontos fracos; como iremos reagir em cada situação. Quando não nos conhecemos por dentro, frequentemente; ou iremos nos subestimar ou superestimar. Quando nos subestimamos vivemos abaixo das nossas possibilidades; e quando nos superestimamos podemos nos machucar, nos frustrar, em alguns casos pode ser fatal. O que precisamos mesmo é compreender qual é o ponto de equilíbrio entre o poder e o não poder. Nesse sentido Paulo exorta, na sua carta aos Romanos 12:3 “Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.”
- Em segundo lugar; precisamos conhecer quem somos e do que podemos nas nossas relações. Quantas vezes pessoas superestimam seus direitos e desconsideram suas obrigações, ou o contrário: pensam que só tem obrigações e nenhum direito. Na parábola do filho pródigo, o pródigo erra por desprezar a casa do pai, mas não erra em pedir a sua herança, ele pede o que era seu por direito, esbanja e perde tudo, mas, mesmo sabendo que não possui direito a mais nada, entende que tinha a alternativa de trabalhar na casa do pai por salário, e vai atrás disso. O pródigo decide voltar, confessa o seu pecado de deslealdade com a casa paterna, e é surpreendido com a acolhida do pai que o recebe como filho.
O filhos mais velho, por sua vez, é fiel e leal, mas não entendia do seu real valor e nem os seus direitos. Se ressente com o pai em oferecer uma festa ao pródigo e ainda matar-lhe o novilho sevado. O filho mais velho, acusa o pai de ser injusto e de não lhe dar o que ele merecia. Esse homem desejava receber das mãos do pai o já era dele e ele nem sabia. Que triste essa situação! Viver como pobre na casa de um pai rico.
Quantas pessoas vivem essa realidade. Vivem comendo as migalhas que caem da mesa e desconsideram que há uma cadeira posta à mesa, onde é o seu lugar. Lamenta a sua triste sorte, enquanto vivem uma vida muito aquém do que poderiam viver. Acusam os outros por situações que cabe a ele mudar.
Precisamos do conselho do espírito de Deus para fazer conhecer o que podemos e ou que não podemos, o que é nosso por direito e o que não poderemos ter ou receber, isso certamente irá nos fazer viver satisfeitos e sem frustrações. Como alcançar isso? Ore e peça ao Senhor!
Tenha um excelente dia, despertado com a palavra!
Pr. Aytlon José Alves