Esta mensagem foi pregada, por ocasião do aniversário de dezoito anos da nossa igreja em Aparecida de Goiânia.
Pois, somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus. Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio construtor o fundamento e outro edifica sobre ele. Pois, ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento levantar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará, porque o dia a demonstrará. Pelo fogo será revelada, e o fogo provara qual seja a obra de cada um. 1 Coríntios 3: 9–13
Alguém certa vez disse que a maturidade é também superior à infância porque traz em si todas as idades vividas, inclusive as da infância, com as suas experiências, com as suas virtudes e sonhos. Viver a maturidade não é objetivamente a perda das virtudes da infância: simplicidade, lealdade, humildade, prontidão ao perdão, tolerância e sonhos. Viver a maturidade é viver com equilíbrio, respeito, responsabilidade e com propósito. É também viver e sonhar, muitos sonhos e muita realidade.
Paulo exorta a igreja de Corinto à busca do entendimento do que significa maturidade espiritual, e não somente entender, mas praticar. Do ponto de vista de Paulo, maturidade exige de nós – Em primeiro lugar, três atitudes ou comportamentos, que tem a haver com trabalho: trabalhando com Deus, sob Deus e para Deus. Trabalhamos com Deus porque somos seus cooperadores. Cooperar significa ação conjunta, submissa e coordenada com o próprio Deus. Esse é o grande privilégio do Cristão fazer parte de planos e projetos que nascem no coração de Deus. Aquilo de nasce em Deus jamais será desprezível, pequeno ou inútil, mas será nobre, eficaz, perene e glorioso.
Alguém que está envolvido com os projetos de Deus jamais se sentirá sem importância, pequeno ou inútil. Não haverá de viver em melancolias ou em crises de baixa auto-estima, pois sentirá, todo dia, que faz parte de algo grande que tem um eterno peso de glória. Nenhuma pessoa se sentirá realizada, faça o que fizer nesta terra, a não ser que caminhe no propósito que Deus lhe preparou. A respeito disso Paulo declara: Pois somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas Ef. 2:10.
Trabalhamos sob Deus, ou melhor, Deus trabalha em nós. Somos a lavoura de Deus! A maturidade exige de nós mais do que submissão, pois, as crianças e os imaturos podem, também, ser profundamente submissos. A maturidade nos capacita a desejar que Deus trabalhe em nós, que a lâmina do arado de Deus corte, e revolva o solo duro e ressequido de nossos corações, que arranque as pedras da nossa consciência, que aplaque o nosso mesquinho e orgulhoso alter-ego, que nos faça moldáveis, para sermos conforme a sublime semelhança daquele que é perfeito, para que exale através de nós o cheiro suave do perfume da Rosa de Saron.
Deus trabalha através de nós. Somos edifícios de Deus. Somos a casa onde os desabrigados e excluídos devem encontrar abrigo e acolhida. O cristo que pregamos, só será conhecido do mundo quando for a experimentar por nós e através de nós. A essência do fundamento do evangelho não é o assistencialismo, porém, manifestações do poder de Deus! Mas é preciso admitir que a fé sem obras é morta: Meus irmãos, que proveito há se alguém disser que tem fé, e não tiver obras? Pode esta fé salvá-lo? Se o irmão ou a irmã disser que tem fé, e não tiver obras? Pode essa fé salvá-lo? Tiago 2: 14–22.
Neste ponto, gostaria de transcrever uma linda estória de fé aliançada a obras, que li certa vez em um ‘blog’ intitulado, “luz diária”:
Certo pastor fazia a sua rotina pastoral. Visitava as suas ovelhas, orando, lendo a Palavra e, às vezes, cantando um ou outro corinho, a pedido do irmão (irmã) que, por razões de saúde, não tinha podido estar na Igreja nos últimos dias.
Enquanto se deslocava de um para outro lado, meditava no último drama encontrado. Uma família, composta por mãe e três filhos, estava passando grandes necessidades, já que a mãe, empregada de limpeza, tinha apanhado uma pneumonia e não podia trabalhar. A família estava, pois, a passar momentos muito difíceis.
O pastor parou então na casa do irmão João, homem já bem entrado nos anos, mas que ainda tinha forças para ir fazendo as suas culturas de favas, ervilhas, tomates, cebolas e mais outros bens essenciais, para o consumo da casa, era bom vê-lo a trabalhar ao sol de Março, que anunciava um ano prometedor.
- Oh! Irmão João! Então, na faina?!…
- Não, a faina foi de manhã, pois já fizemos a maré. Agora é trabalhar esta dura terra, para ver se nos dá umas batatinhas lá para os fins de Maio…..
- Força, o meu irmão, pois no suor do nosso rosto termo o nosso pão….
- É, não se pode parar, pois, parar é morrer!….
- Bem, mas sempre pode parar um pouco para pedirmos a graça de Deus para sementeira e para a saúde do semeador!
- Sem dúvida! Pois, orar faz sempre bem ao corpo e ao espírito!
- Oramos juntos e eu orei particularmente pela mãe e seus filhos, que estavam em necessidade.
Depois da oração, o irmão João disse-me: “irmão pastor, passe lá em casa e diga à minha esposa que arranje um “avio” de peixe congelado e de peixe seco e que leve a irmã Ermelinda. Ela está a precisar. Ela que não se esqueça de também levar umas batatas e umas hortaliças, que são sempre úteis para as crianças”
Aqui vemos que o irmão João compreendia o significado do conceito, “edifício de Deus”.
Ao longo de dezoito anos que nos assentamos na comunidade onde estamos, sempre oramos pelos pecados e transgressões do povo que aqui se encontra, e em adição, procuramos, a cada oportunidade, contribuir com aquilo que podíamos. A exemplo do irmão João, quando abrimos as nossas mãos não era porque tínhamos em sobra, todavia, porque havia a necessidade de alguém a gritar.
Aprendemos com Jesus que o que mais dá não é o que mais tem, ou o que apresenta a maior quantia, porém aquele que dá o melhor, e o que há de mais significativo em relação ao que ele tem.
Em segundo lugar, e por fim – A maturidade nos proporciona a capacidade de julgar a qualidade daquilo que construímos. “Pelo fogo será revelada, e o fogo provara qual seja a obra de cada um.” Há tanta gente ocupada com aquilo que não produz os melhores resultados, há tanta gente ocupada com aquilo que não traz bons resultados, e ainda, há tanta gente ocupada com coisas que produzem resultados perversos. Caro amigo e irmão, não espere o tempo do fogo, o dia da provação ou finalmente o dia do juízo, para conhecer a qualidade daquilo que você se ocupou boa parte do seu tempo, ou vida, busque instrução, busque a revelação que vem da palavra de Deus! Faça essa oração de Davi: Sonde-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prove-me e conhece os meus pensamentos. Vê se há em mim algum caminho mau, e guie-me pelo caminho eterno. Salmos 139: 23-24.
O diabo tem dois passatempos prediletos, em primeiro lugar, ele quer que as pessoas se ocupem com o mal, com aquilo que resulta no mal, dessas pessoas e de outrem, caso ele não consiga, ele contenta-se em induzir estas pessoas a gastarem o seu precioso tempo de forma mais inútil possível, em distrações que lhes roubam o presente e, por fim, comprometa-lhes o futuro. Olhe nas ruas veja como tem gente destruindo as suas vidas, nas drogas, na mendigança! E o pior, a maioria destes são jovens e crianças. Para se dedicar ao vício, se dedicam ao furto, abandonam as suas casas, famílias… As suas próprias vidas.
Observe, querido amigo! Você que esta lendo este artigo, provavelmente, este não é o seu caso. Mas observe como você está ocupando o seu precioso tempo! O tempo é vida! A vida passa e passa muito rápido. Quando você liga o computador, logo aparece um monte de gente querendo conversar, no: mensagem, no Facebook, no Orkut, ou apontando uma ligação para uma suposta curiosidade, um ‘blog’, uma fofoca, um jogo em rede, etc. Gente construindo castelos de palhas, na areia. Não que você não possa se divertir, porém, observe o quanto do seu tempo está a ser gasto com essas distrações, e pense no preço que você terá que pagar por elas. Revise os seus projetos, mantenha o foco, isso é maturidade. Há pessoas jovens maduras e há aqueles que nunca amadurecem, a pesar da idade.
O diabo é ladrão e mentiroso. Jovem! Cuidado para que o diabo não lhe roube o que você tem de mais precioso e, no fim, sobre apenas as cinzas de uma vida perdida, a reclusão de um quarto e a solidão de um passatempo inútil, profundamente solitário e cativante. Se você precisar de ajuda, não existe em pedir, converse com os seus pais, pastores, líderes… Se precisar busque ajuda psicológica. Dizem por aí que o tempo é o senhor da razão! Porém, em muitos casos a razão vem tarde demais. Deus é o Senhor da razão, busque a razão nele, ore, medite na palavra, e viva a vida com maturidade, construa na rocha, use materiais nobres. Deus é riquíssimo Ele vai-te ajudar!
Um forte abraço e fique na graciosa paz do Senhor e salvador Jesus!
Pr. Aylton José Alves