E João, ouvindo no cárcere falar dos feitos de Cristo, enviou dois dos seus discípulos, A dizer-lhe: És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro? Mateus 11:2-3
Eu não sei quais são as tuas convicções estremecidas: pode ser o teu casamento de décadas em crise, a tua confiança em um amigo muito chegado, sob o qual agora paira dúvidas, a tua sólida autoestima ferida, e pode até mesmo ser a tua fé, sempre tão firme e forte, abalada. O fato é que, se isso lhe acontecer, não significa o fim, saiba que, mesmo assim, você poderá se reerguer. Observe:
Abrão, o chamado pai da fé, um dia duvidou da promessa, feita por Deus, de que ele seria o patriarca, o pai de uma grande nação? É um fato de que a o cumprimento da promessa de Deus, feita a Abraão, estava sendo adiada por um tempo muito longo. Abraão chegou a considerar fazer de um criado seu herdeiro. No livro de Provérbios capítulo 13, Salomão considerou que o tempo de espera muito longo pode estremecer a fé: A esperança adiada faz o coração ficar doente, mas o desejo realizado enche o coração de vida.
Paulo tinha convicções, extremamente fortes, que devia chegar a Roma, pois o Espírito do Senhor lhe havia revelado várias vezes, mas: depois de muitos dias, sob uma forte tempestade no mar Mediterrâneo, até mesmo ele perde a esperança de se salvar. Observe, a declaração do próprio Paulo no livro de Atos 27: Não aparecendo nem sol nem estrelas por muitos dias e continuando a abater-se sobre nós grande tempestade, finalmente perdemos toda a esperança de salvamento.
Homens notáveis na teologia bíblica procuraram, a meu ver, dar uma explicação não convincente de que João Batista não tenha, ainda que por um momento, colocado em dúvida o fato de que Jesus era o Cristo, aquele que havia de vir, mas a verdade está colocada com todas as letras. João o profeta que aponta para Jesus como o Cristo de Deus, enviado pelo pai, no momento do seu batismo no Jordão, faz um questionamento próprio de alguém que estava com as suas convicções, autrora, tão fortes, estremecidas.
Um dia, mais cedo ou mais tarde, quando vier o cansaço extremo; as oposições persistentes, de adversários implacáveis, ou quando as nossas forças estiverem quase no fim, as nossas convicções, até mesmo as mais fortes e poderosas, poderão ser abaladas. Se é assim, o que fazer, para não perder a fé e a esperança e mais do que isso, não perder o que há de mais precioso? Quero dar dois conselhos!
Primeiro: procure os fundamentos da tua convicção: Abrão falou com Deus, que lhe reforçou a promessa. Paulo orou e recebeu a visitação de um anjo da parte de Deus que lhe garantiu segurança e salvação. João envia dois dos seus discípulos a questionar o próprio Jesus, que opera vários milagres, os quais só o Cristo de Deus poderia fazer. Segundo: renove as tuas convicções e fique firme. Dessa forma; se o problema é no casamento, é lá junto com o seu cônjuge, que você deverá buscar a resposta, se o problema é com a tua autoestima, você deve olhar para você mesmo, não para o que dizem de você, se o problema é com a tua fé, ore e fala com Deus. Se assim o fizer as tuas convicções estremecidas poderão ser restauradas e ficar ainda mais sólidas.
Tenhamos todos um excelente dia, despertados com a palavra.
Pr. Aylton José Alves